FAZENDA SANTA TEREZA

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

ESCULTORES GOIANOS NOS JARDINS DA SANTA TEREZA

Daqui de onde estou, na varanda da sede da Santa Tereza, confortavelmente sentado em uma cadeira de recostar, herança de meu finado pai, desfruto de uma visão privilegiada. Em rumo de visão direta vejo uma majestosa e avantajada escultura, criação do artista Luiz Olinto, que tomei a liberdade de nominá-la de “Deusa Grega”; a luz que nela reflete, põe em relevo sua plástica imponente e dominadora. Os seios, emoldurados por nuances de luz e sombra, projetam-se do seu tórax e realçam o seu perfeito delineamento anatômico, capazes de provocar devaneios...
Alguns cachos dos seus cabelos escorrem pela sua face e salientam a sua beleza plástica. Vejo-a dominadora e sobranceira, sabedora da sua presença avassaladora.
Um pouco mais para a direita vislumbro uma soberba peça de Ktenas!
Seu pássaro de bronze, sustentado de maneira miraculosa, tendo em vista seu peso avantajado, por um, aparentemente, frágil e balançante arco de aço que está fixado no fundo do lago, parece estar em constante movimento. O equilíbrio do seu conjunto, por si só uma obra de arte, parece transmitir-lhe vida própria; ele “agita” suas asas ao perceber que está sendo observado. De vez em quando, principalmente em noites quentes, uma ou outra caranha salta sobre a água, provocando ruídos audíveis, com facilidade, daqui de onde estou.
Parece que disputam com o pássaro de bronze alguns insetos que sobrevoam as águas.
Colocadas em linha reta, duas esculturas do Elifas; a primeira delas, localizada bem próxima da casa, no centro de um arranjo de flores, exibe seus seios eretos e proeminentes, sem nenhum acanhamento.
Sua face, ligeiramente inclinada para a esquerda e fletida para trás, coloca-a em confronto direto com o sol em todo entardecer.
Face desafiadora e bonita; transmite calor e, ao mesmo tempo, desafio agressivo. A exposição dos seus seios desnudos define sua personalidade autoconfiante.
A segunda escultura do Elifas é a mesma (nunca é a mesma!) que acabamos de descrever, porém, com porte mais avantajado.
Foi colocada no centro de outro lago, entre árvores e flores, principalmente antúrios; embora localizada em local mais distante, domina o ambiente e atrai a atenção.
Os seus seios estão cobertos por um arranjo de uvas, provavelmente, de acordo com o subconsciente do artista, desejoso de deixar, com este detalhe, mais em evidência sua sensualidade; dois holofotes, um frontal e outro lateral, exibem com graça e elegância seu porte feminino e gentil.
Seu rosto é, também, um pouco inclinado para trás; devido a sua localização (entre as árvores) o sol não a alcança como faz com a sua “irmã”.
Ela prefere mirar as estrelas!...
Mudando um pouco mais o ângulo de visão, olhando mais para a direita, não há como não encontrar o casal de índios.
Meu bom amigo Xavier foi quem os esculpiu em pedra sabão.
Peça monolítica, tamanho avantajado e perfeito nos traços anatômicos. Ela, a índia, possui cabelos longos e lisos, o vento agita-os e espalha-os por sobre os ombros.
Seu perfil é singelo e delicado, lembrando a figura de uma menina-moça.
Os seios são firmes e encostam-se no peito desnudo do companheiro; este possui o corpo atlético e magistralmente bem contornado, seus braços envolvem a companheira pela cintura, tendendo a tracioná-la no seu sentido. Estão sentados, com os olhares perdidos na imensidão dos seus mundos.
Vejo-os traçando planos e discutindo...
Deixo por último, porém, não por derradeiro, a escultura “A Dança dos Pássaros” (tomei a liberdade de assim nominá-la) sem a autorização do seu criador, o escultor Ktenas.
Antes de entrar em detalhes sobre esta obra de arte, peço licença aos leitores para contar que “namorei-a”, por mais de dois anos no atelier do artista, aguardando a oportunidade de poder adquiri-la.
Trata-se de uma peça esculpida no bronze e as figuras são três grandes pássaros com asas abertas, pousando, ao mesmo tempo, em uma possível elevação do terreno, como se fora um ninho localizado entre pedras; o que impressiona na peça, além da plasticidade dos movimentos das aves e a extraordinária leveza de movimentos que ela transmite é o seu equilíbrio sustentado por apenas três pontas de asas.
Ktenas me disse que a obra foi inspirada na pintura de Sandro Botticelli, denominada “A Primavera” e os pássaros, no caso, representam as três figuras (símbolos da sensualidade, da beleza e da castidade) que dançam em um jardim povoado de borboletas. Os nus das mulheres, cobertos por véus transparentes, são belíssimos; as dançarinas são entrelaçadas, gentilmente, pelas pontas dos dedos, seus pés parecem que levitam.
O jardim onde está “A Dança dos Pássaros” não é nada comparável ao típico Renascentista do Palácio de Píer Francesco de Medici, onde Botticelli pintou a Primavera, porém, tem seus encantos...
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