FAZENDA SANTA TEREZA

terça-feira, 9 de junho de 2009

TIMBETE, QUANDO VOCÊ VIRÁ À SANTA TEREZA? (julho de 1996)


Logo após você ultrapassar o portão de entrada (aquele que comprei em Porto Alegre há quase 10 anos atrás) você começa uma viagem de pura fantasia; você estará no “coração” da Santa Tereza.
Pare, não tenha pressa; olhe primeiramente para a esquerda, lembra-se daquele canteiro cercado de pedras? (Nosso caseiro Décio “roubou” estas pedras das sobras do acostamento da estrada que liga Aparecida à Nova Fátima); Agora esta mudado, as flores estão viçosas e agressivas, se é que temos o direito de adjetivá-las com esta expressão tão rude...
Rosas, querida Timbete, muitas rosas, de todas as cores e matizes; começa a vicejar três mudas de uma flor, que ainda não sabemos o nome, que o Décio trouxe lá da Fazenda Sâo Pedro do Tocantins (estou curioso para vê-las florir).
Sei que você não irá ficar parada ali na entrada, a curiosidade irá levá-la a continuar sua caminhada. Este seu desejo será estimulado pela visão das cores vivas das flores (pequenos arbustos, amarelos e vermelhos, intercalados com algumas roseiras já pululando de rosas brancas e vermelhas). Não sei se você esta se lembrando, estamos agora ultrapassando um enredo de ponte que fizemos sobre o “rego d´agua”; daqui para frente iniciamos a descida, suave e agradável, rumo à nossa casa.
O caminho é ladeado, no seu inicio e a esquerda de quem olha, pela pequena mureta de pedras que trouxemos lá da serra (você e seus irmãos ajudaram a carregar a carreta), o canteiro que aí se formou, está coberto de azaléias; no lado direito ainda continua a cerca viva de ciprestes.
Você deve estar lembrada que o caminho é curvilíneo, sempre direcionado para a esquerda e que só começa a ficar quase que retilíneo, depois que ultrapassamos o coqueiro que o Vô Absay plantou.
A partir daqui Timbete, aparece o primeiro “laguinho”; visto de onde você está agora, ele ainda permanece meio escondido pelas arvores; porém, é impossível não ver, parece que emergindo da água, a “ escultura da prosperidade”, obra do nosso bom amigo, o genial escultor goiano Elifas.
Escultura em terracota, com tamanho avantajado, porém, artisticamente proporcional nas suas medidas, sobressaindo os seios generosos da sublime figura feminina e que são cobertos, discretamente, por cachos de uva, de acordo com a sensibilidade do artista.
Em noites escuras, a luz do refletor, estrategicamente colocado no meio de antúrios que rodeiam o lago, dá vida e sensibilidade àquele corpo estrutural, de propósito, parcialmente desnudo.
A escultura, consciente da sua onipresença, desvia o olhar dos refletores e lança-os para cima procurando, por entre os vãos dos galhos das arvores, suas irmãs gêmeas, as estrelas.
Não sei quanto tempo você irá permanecer ali Timbete, talvez você seja, até por instinto, instada a se aproximar do lago e se o dia estiver bastante claro, procure ver as carpas multicoloridas que passeiam pelas suas águas cristalinas.
A partir daqui, sua alma de poetisa irá definir o resto do seu passeio; não precisará de guia porque as opções são várias e as direções são todas sinalizadoras de encantamento.
Ah você prefere dar uma vistoria geral e ver se tudo está como você deixou?
Mudamos muitas coisas, você verá, porém, nenhuma alteração substancial!
Aqueles dois troncos de árvores, com tomadas para o som, continuam nos mesmos lugares, na verdade plantamos mais flores ao seu redor, porém, não mudamos o simbolismo que eles representam; ainda se pode ouvir os acordes do meu amigo Mozart, algumas vezes fazendo dueto com os passarinhos da vizinhança.
Estarei por ali, nas suas imediações, sentado na minha cadeira de recostar, aguardando sua vinda. Quando isto acontecer, voltaremos a trocar idéias sobre a sua vida, suas aspirações e, sobretudo, sobre seu extraordinário caráter e autoconfiança.

É, o tempo passou,
Tentei segurá-lo com a ilusão, porém,
Escapou-me por entre os vãos dos dedos;
Restou-me a alegria do tempo vivido!
E a expectativa otimista do que virá.

Até lá !
Bença do Pai

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